Qual é a sua vida dos sonhos? Hoje, eu me permito pensar na minha. Todos os dias. Como eu quero que sejam as próximas vinte e quatro horas? Se eu pudesse realizar aquele desejo mais pueril, de quando eu passava horas imaginando, plasmando o meu futuro, que cara ele teria? Que cor? Que cheiro? Que músicas tocariam na minha playlist dos sonhos? Porque o que acontece na maioria das vezes é que a gente sonha e se joga na vida adulta pra buscar esse sonho. Aí, as dificuldades, os obstáculos, vão aparecendo. E o que a gente faz? Começa a duvidar da vida dos sonhos. Começa a duvidar que ela exista de verdade. Muitas vezes, ouve: tá pensando que a vida é fácil?, para de sonhar e cai na real. Quem nunca ouviu isso? Da mãe, do pai, de um tio? De alguém mais velho, que abandonou o plano pelo boleto? Não é triste? É como se a gente cantasse parabéns diante de um bolo salivante e cheio de velas, mas não pudesse comer nem um pedacinho depois. Não é estranho? Que os sonhos sejam incentivados até uma determinada idade pra, de repente, virarem vilões na vida adulta? Pois eu estou decretando a volta da vida dos sonhos. Se alguém me vier com tá pensando que a vida é fácil?, eu vou de claro! – com sorriso nos lábios. Chega de alargar esse baixo astral travestido de responsabilidade. Eu quero que cada dia meu valha a pena. Eu inventei de ser artista pela arte. Não pela estabilidade. Pela alegria. Não pelo sofrimento. Pela mente livre. Não pelas fórmulas de sucesso. Eu amo a página em branco. Eu sou apaixonada por cada broto de história que se imiscui na minha cabeça. Eu gosto quando alguém gosta do que eu escrevi, do que eu interpretei. Eu faço tudo isso pela troca. Pela possibilidade de transitar nos sonhos alheios através dos personagens que eu invento. Eu amo conversar com essa gente inventada. E com as pessoas de carne e osso que se comunicam comigo. Eu amo o que eu faço. Eu amo ser quem eu sou. Mesmo quando eu me vejo falha, desencapada, descombobulada. Não queria ser outra pessoa. Com todas as complexidades, eu gosto das coisas que eu penso. E eu gosto do meu coração. E é comigo que eu quero voltar pra minha vida dos sonhos. Isso, sim, é cair na real. May all the dreams come true.
O Tal do Storytelling
Diz lá o Yuval Noah Harari, no “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”