Dia de Chuva

Tem dia que a gente olha pro nada e queria que o nada fosse alguma coisa que a gente não sabe o que é. Que a chuva fosse de um momento extraordinário, de um beijo na boca, de um                                 parque de diversão, de um mistério que teve que ser interrompido porque choveu.

Tem dia que a gente queria que tivesse existido, mas não existiu. E a gente não sabe nem que dia era.

Tem dia que querer não tem motivo, mas tem desejo. Tem dia que desejo não tem nome, mas tem vontade. Tem dia que a vontade é toda, mas não tem pra onde. Tem dia que onde não tem no mapa, mas tem endereço. Tem dia que o endereço ficou na bolsa, que era de outra pessoa.

Tem hora pra dizer o que pensa, mas tem o minuto que passa e a gente não disse. Tem frase que não coube em livro, não deu no guardanapo, mas também não foi pro lixo. Tem coisa que não tem formato, mas tem tamanho. Tem tamanho que não é grande, mas ocupa espaço. Tem espaço que é vazio, mas não é oco. E tem oco que é oco mesmo.

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2 respostas

  1. Bom dia Maria Clara!
    Não conhecia o teu blog e num post teu sobre a Alexa me direcionou pra cá. Fiquei encantada lendo teus escritos lindos, acho que está na hora de lançar mais um livro, que tal? Pensa! Beijos
    Me envie notificação no próximo

    1. Que bom que você veio parar aqui desavisada e gostou! 🙂 Sempre que posto aviso nas redes. Insta, Facebook ou LinkedIn.
      Beijos!

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